25 fevereiro 2013

celibato e sexualidade do clero católico



A temática sexual começa a apossar-se, injusta, mas perigosamente, da imagem pública da Igreja Católica. Naturalmente que a instituição está imensamente longe de merecer ser avaliada pelo comportamento indevido de alguns dos seus membros, mas a verdade é que a sua imagem começa a sofrer danos de difícil reparação por causa desses comportamentos.

O problema coloca-se, sobretudo, porque a Igreja Católica mantém sobre a sexualidade, desde sempre e principalmente nestas últimas décadas, quando, coincidentemente, a sexualidade tomou de assalto a vida das pessoas comuns, uma dogmática que é necessariamente conservadora e moralizante, enquanto os escândalos sexuais com o seu clero se desmultiplicam, tornando-se, também por isto, notícia fácil. Ele é o problema – gravíssimo – da pedofilia, ao qual apenas Bento XVI deu uma resposta clara e satisfatória, o da homossexualidade entre o clero, dos rumores sobre práticas sexuais moralmente duvidosas ao mais alto nível da hierarquia, etc.. A especulação chegou a um ponto tal que se discorre sobre a possibilidade de Bento XVI ter resignado ao tomar conhecimento de alguns destes escândalos, havendo até quem avance a possibilidade dele ter vindo a ser atacado por um lóbi gay supostamente existente nas esferas mais elevadas da hierarquia do seu clero. Seja isto verdade seja isto mentira, havendo ou não exagero da comunicação social, intencional ou com intuitos meramente comercial, o facto é que as pessoas comuns cada vez mais olham para a Igreja Católica e aceitam que ela tem um problema grave e sério com a sexualidade do seu clero, que se repercute na sua missão evangélica e social. E se essa é a impressão comum do homem comum – e não duvido que o é cada vez mais – então, qualquer que seja a natureza e a dimensão do problema, a Igreja Católica tem, efectivamente, um problema seriíssimo para resolver.

E esse problema reside essencialmente, embora não se esgote, na questão do celibato dos padres. O verdadeiro fundamento que a Igreja tem (que sempre teve) para a exigência do celibato e da abstinência sexual do seu clero, não é nenhum dos que, às vezes, são comentados, tais como a necessidade dos padres não terem vida própria, mas apenas vida para o outro e para a sua missão, como Bento XVI argumentou na sua homília proferida na Basílica de Mariazell, na Áustria, em 2007. Tão pouco a associação da sexualidade ao pecado compõe, nos dias de hoje, a mentalidade e a dogmática da Igreja. O fundamento é mais sério e profundo do que tudo isto. É que a Igreja entende a abstinência sexual como uma via de ascese ao sagrado e a Deus, de elevação espiritual pela recusa do instinto primeiro do nosso corpo. Sendo um padre um interlocutor entre Deus e os homens, quanto mais alto estiver o seu espírito, melhor ele cumprirá o seu desígnio. Esta a verdadeira razão teológica para a manutenção da proibição do celibato e da sexualidade dos sacerdotes católicos.

A grande dificuldade é que o instinto sexual, tal como a fé, move montanhas. E num tempo em que a sexualidade está generosamente exposta por todo o lado, e a moral sexual reviu muitos dos seus princípios e das suas regras, a tentação, que sempre foi altíssima e nunca deixou de seduzir e de pôr à prova (nem sempre com os melhores resultados…) os homens da Igreja, será agora uma tormenta permanente para os sacerdotes. Para muitos deles, intransponível. Para outros, uma fonte de temor que os leva a esconder as suas tentações. Para alguns, ainda, causa de comportamentos desviantes por terem prolongadamente reprimido a sua natureza.

Ora, perante esta situação que abrange cada vez mais membros do clero e se torna pública e, assim, transmite uma péssima imagem da instituição e constitui um mau exemplo para os que têm e os que não têm os olhos postos nela, e que, mesmo até, constituirá motivo para a quebra de convicções e da redução do número de crentes, a Igreja Católica terá que fazer alguma coisa. Um Papa forte tomará, inevitavelmente, a si a solução do problema. Um Papa frágil deixará a solução para quem lhe suceda. A verdade, todavia, é que todas as tentativas de remediar o problema falharam, desde logo, a de aumentar as funções dos diáconos, fazendo deles uns quase-padres, em muitos aspectos. Não chega, porque eles verdadeiramente não integram o clero e, portanto, não representam a organização nem a hierarquia da instituição, nem são sentidos como tal pelos fiéis.

É certo que o celibato é prática muito antiga da Igreja Católica. Apesar de somente o Concílio de Trento (1545-1563) o ter imposto como obrigação universal para todo o clero católico, as recomendações nesse sentido eram já muito anteriores, tendo marcas importantes como as dos Concílios de Latrão, dos séculos XII e XIII. Todavia, outras Igrejas seguiram procedimentos distintos, desde logo a Igreja Católica Ortodoxa, que permite que homens casados possam ser padres, ou a Igreja Anglicana (da qual têm vindo a ingressar, na Igreja Católica, alguns padres casados, insatisfeitos com certas inovações, como a ordenação demulheres, a aceitação do aborto e as bênçãos a homossexuais), que aceita o casamento dos seus sacerdotes. Admitindo que a Igreja Católica Romana não tenha muito a aprender com as outras Igrejas, o certo é que alguma coisa terá de fazer rapidamente por si própria.

38 comentários:

Anónimo disse...

3 coisas:

1 - o problema é o €€€
A nível da comunicação social são muito propalados os escandalos sexuais. Pois hoje em dia os jornas são como as moscas, andam por todo o lado à procura de merda. Sabem que vende. Se em cascos de rolha, no meio do deserto, um padre mijar fora do penica isso é divulgado na conchichona.
Pois mas a nível local também há problemas com o clero e o €€, descurando alguns a evangelização para ganharem mais algum dinheiro sendo professores e noutras atividades.
Casados a disponibilidade pastoral era menor e a necessidade de dinheiro aumentaria muito.
Um padre casado é um padre com muito maior necessidade de dinheiro e com menor disponibilidade
pastoral.

2 - Sendo casados os escandalos sexuais diminuiriam? O exemplo dos pastores protestantes não leva a pensar que isso fosse linear. O destaque da comunicação social aos escandalos sexuais dos padres começou nos USA depois de vários pastores protestantes terem sido apanhados em escandalos sexuais.
Aliás pelos dados que há parece que a % de homens casados que é infiel às suas esposas (e já agora até a de mulheres casadas infiéis aos seus maridos) é maior que a dos padres infiéis aos seus votos de castidade. Estes dados são, obviamente, um bocado incertos porque nem uns nem outros admitem publicamente este tipo de proezas.

3 - Há muitos padres casados na Igreja Católica. Nos ritos orientais católicos, existentes principalmente no médio oriente, há milhares de padres católicos casados e certamente os bispos e o Papa, os sucessivos papas sabem o resultado dessa alternativa. Se não a escolhem para o rito latino, aquele que é o geral, é por alguma razão e não apenas por uma associação da sexualidade ao pecado. Isso seria uma burrice e pode crer que não são burros, aliás geralmente é um erro tomar os outros por burros (enfim, tenho algumas dúvidas em relação a isto por causa de alguma esquerda que leio por aí, se não são burros disfarçam muito bem).
O problema não é o sexo, o problema é um padre com filho deixa de colocar a evangelização em primeiro lugar e passa a colocar em primeiro lugar o sustento dos filhos.
Além de que os escandalos provavelmente não diminuiam tanto como julgará. Segundo li nos USA há uma maior % de professores pedofilos que de padres... simplesmente o destaque mediatico dado a esses casos é muito menor. Também haveria os padres divorciados... e alguns quereriam recasar... Seriam casos menos badalados a nível nacional, mas seriam muitos mais casos a nível local.

xyz

zazie disse...

Mais outro que quer padres gay casados para tomarem conta de internatos...

Luís Lavoura disse...

O fundamento teológico pode ser esse que o Rui A afirma, mas ouvi dizer que há um fundamento muito mais sério para a Igreja não querer que os padres se casem - nem que, obrigação moralmente muito óbvia, perfilhem os filhos que fazem mesmo.
E esse fundamento é o dinheiro. A Igreja pretende dessa forma garantir que os sacerdotes lhe doam ou legam todas as suas posses. Se os padres fossem casados ou perfilhassem os filhos que fazem, seriam obrigados por lei a deixar parte dos seus bens à mulher e/ou aos filhos. O que a Igreja deseja evitar.

zazie disse...

Lhes doem ou leguem.

É mentira mas ao menos conjugue os verbos correctamente.

Ljubljana disse...

Caro Luís Lavoura,

O que já se passa e que talvez não saiba é que os padres católicos, estão desde sempre obrigados a entregar à diocese a que pertencem todos os rendimentos da paróquia, desde os direitos paroquiais às receitas cobradas por todas as cerimónias sacramentais, dos quais recebem uma fracção percentual (pré-estabelecida e bem definida) para sustento próprio. Sei também que muitos não o fazem, aliás talvez sejam mesmo poucos os que o fazem rigorosamente como é obrigação. Estes porém, são dados que não conheço em rigor.

osátiro disse...

A ICAR tem experiência de DOIS MIL ANOS DE PERSEGUIÇÕES.
Com milhões de mortos...
desde o Coliseu de roma onde os católicos eram comidos vivos
apssando pela guerra civil de espanha..em que os republicanos enterravam vivos os padres e bispos..
não são umas calúnias torpes feitas por traumatizados da vida que precisam de ódio contra valguém que a vão destruir...
sempre resistiu e continuou
para quem tem FÉ
Cristo estará connosco até aos confins dos tempos

Luís Lavoura disse...

Ljubljana,

não é disso que eu falo.

Um padre pode, por herança, ser um indivíduo rico. Pode ter recebido por herança dos seus pais grandes propriedades imobiliárias ou contas bancárias avultadas. Esses bens são, à face da lei, seus. E ele não é obrigado a doá-los nem a legá-los à Igreja. Se esse padre tiver filhos perfilhados, ele será, à face da lei do país, obrigado a transmitir-lhes por herança (pelo menos) parte desses bens. Se não os tiver, pelo contrário, poderá legá-los a quem quiser - nomeadamente, à Igreja.

Luís Lavoura disse...

Eu o que me revolta não é tanto o celibato dos padres, mas o facto de eles não poderem, sem deixarem de ser padres, perfilhar os filhos que fizeram.
Esta regra da Igreja tem como consequência, bastante previsível e mais que consabida, que crianças ficam sem pais e que mães ficam sem quem as ajude a criar essas crianças.
Felizmente hoje em dia há testes de paternidade. Mas dantes não havia.

Anónimo disse...

Luis Lavoura, se conhecesse minimamente o clero saberia que na grande maioria dos casos os herdeiros são os sobrinhos. Raros são os que doam os seus bens à Igreja.
O que a Igreja não quer é padres gananciosos que tentem explorar os fiéis ou descurem o serviço pastoral para terem como prioridade ganhar dinheiro para os filhos.
Você da Igreja percebe zero e de religião percebe o dobro disso. O que aliás pode ser um elemento de reflexão para alguns, muitas das pessoas mais instruídas deste país em relação à religião e à igreja são completos analfabetos.

xyz

Anónimo disse...

Lavoura,

Já o aconselhei a não falar do que não sabe: os padres católicos podem perfilhar os filhos que fazem, mas que não devem fazer, enquanto padres.

Luís Lavoura disse...

os padres católicos podem perfilhar os filhos que fazem

Claro que podem. A lei do país dá-lhes esse direito.

Resta saber se a Igreja permitiria que eles continuassem a ser padres se o fizessem. E se lhes daria dinheiro que lhes permitisse, não só viverem eles mesmos, como também contribuírem para a educação dos seus filhos. E se permitiria que eles, para estarem juntos dos seus filhos, fossem viver para ao pé deles e da respetiva mãe, passando por isso a estar em união de facto.

E resta saber de que viveriam os padres se tomassem essa opção e se a Igreja os abandonasse à sua sorte.

Luís Lavoura disse...

Luis Lavoura, se conhecesse minimamente o clero saberia que na grande maioria dos casos os herdeiros são os sobrinhos. Raros são os que doam os seus bens à Igreja.

Claro que não conheço bem o clero. Não sou bispo.

De qualquer forma, o argumento que apresentei foi um que recebi e que vendi pelo preço ao qual o comprei. Repare na fórmula que utilizei no meu comentário original: "ouvi dizer que há um fundamento muito mais sério para a Igreja não querer que os padres se casem".

Anónimo disse...

Não é preciso ser bispo para conhecer este comportamento do clero, basta ver o que acontece quando morre algum padre e saber quem são os seus herdeiros, quase sempre os irmãos e sobrinhos.
Há padres que perfilharam um filho e padres continuam... agora viver com a mãe dele, no rito latino não. A Igreja Católica tem outros ritos aonde os padres casam.

xyz

Anónimo disse...

E o Lavoura não se cala: muito contente deve ficar por ver os seus comentários/disparates aqui publicados em letra de forma.
E nós que havemos de fazer? Deixar de lê-lo, claro.

zazie disse...

Não é bispo mas teve aulas de catolicismo no portal dos ateus.

Dizem todos as mesmas bacoradas.

Vivem a decorar imbecilidades acerca da religião que é coisa que odeiam.

Chegam mesmo a decorar a Bíblia inteira, para depois dizerem que "é um livro com muitos erros e crueldades"- um livro, escrito de uma penada por um gajo qualquer.

zazie disse...

Não há pachorra para ateus militantes.

São todos completamente idiotas e nem intelectualmente têm qualquer interesse.

Acabaram há alguns séculos os únicos ateus que poderiam dizer alguma coisa com interesse.

Estes são palermas posmodernos.

zazie disse...

São de tal modo pessoas com traumas e problemas com Deus que um deles, aquando do tsunami, até escreveu no blogue: Maldito Sejas!

João Mezzomo disse...

Dizem isso, dizem aquilo...acho isso acho aquilo...Como disse um figurao ligado a Igreja hoje, as pessoas projetam o modo como veem o mundo nos outros...Acham que tudo se move ;por ppoder, sexo, dinheiro...Eh simples, por incrivel que pareca, tem gente que acredita na vida e morte de Jesus, e vivem por isso...Sao loucos, OK, mas "o que eh a vida sem a loucura, mais que a besta sadia, cadaver adiadoque procria?".....

BLUESMILE disse...

Jesus não disse nada a respeito sobre o celibato clerical. Houve um tempo na história em que os sacerdotes podiam se casar e, ademais, sabemos que atualmente, em alguns ramos da Igreja Católica, os padres têm esse direito, pelo que, obviamente, não é de origem divina e poderíamos voltar a discutir. .

Unknown disse...

A Igreja já ordenou homens casados o que a Igreja nunca fez em 2000 anos de existência foi casar homens já ordenados...

É fácil ver a diferença parece-me...

Posto isto a solução é simples.

1- Ninguém é obrigado a ser Padre esta é uma escolha livre.

2-O Celibato em essência está directamente ligado ao exemplo de vida Jesus muito antes de qualquer outra justificação teológica...

3-Quem não quer seguir esses princípios é livre evidentemente em sair da Igreja.

4- A Igreja deve convidar a sair todos os Padres , Teólogos , Bispos , Reitores de Seminários etc etc que pactuem com o relativismo moral de um pós modernismo decadente...

5- Se a Igreja tiver de reforçar o papel dos leigos após esta purga que necessariamente terá de ser feita so be it... Mais importante que proteger a forma do seu modo de organização a Igreja deve preservar o conteúdo da mensagem cristã. E como se sabe muitos Padres e Bispos muito afastados estão de conteúdo...
Rua com eles portanto!

Ljubljana disse...

Caro José Lourenço,

Assino por baixo o seu comentário.

Anónimo disse...

lá sabe alguma coisa disso, ó rui, se nem ouviu falar alguma vez no concílio de Elvira...
dequalquer forma, diga, a igreja católica é aquele atraso, a aberração da história, moço .

Anónimo disse...

Apoiado, José Lourenço.

Anónimo disse...

ó zé lorenço,
vive nas nuvens,
quando julga a igreja capaz
de alguma razoabilidade, pobre
diabo, a igreja é sujeita a uns iluminados que a emprenharam,
os puros de espírito
da guerra contra
os cátaros ...

Anónimo disse...

apoiado,
ó anónimo que apoia
e não diz nada,
apoiado

Duarte Meira disse...

«Esta a verdadeira razão teológica...»

Caro Rui A.:

Há uma razão cristológica para o celebato dos sacerdotes: estes devem ser no mundo como uma "alter Christus"; ora Cristo não casou; e os primeiros cristãos ou não casavam, ou, se eram obrigados pelas famílias, faziam voto de castidade perpétua.

Portanto,se a Igreja "alguma coisa terá de fazer rapidamente por si própria", é formar devidamente os que querem viver ordenados a Cristo e ao Reino de Deus.

Mas, por mais bem sucedida que fosse esta formação, nunca os sacerdotes (e monges) estariam completamente livres de "cair em tentação" ou de serem acossados pela calúnia maliciosa.

João Mezzomo disse...

Se acreditamos em Jesus como um evento real, devemos imaginar como sucedeu, mesmo que esteja fora da compreesao dos dias de hoje....Penso que ele era um homem que foi conduzido por certa "ïnstancia alhures"(cada um que a chame como quiser, se se sentir bem em falar "papai", OK, por mim náo vejo problema, mas ela eh de fato inominavel e nem sabemos o que seja nem quais suas intencoes. Bem mas tudo indica que Jesus foi conduzido e depois de morto voltou, mas ja tinha outra compreensao do problema...Nao era mais tao radical ...Fundou a Igreja, uma instituicao, qum tem orcamento, etc...Quero dizer que algumas coisas, como o celibato, se mostraram necessarias para manter o foco o mais possivel no espírito...Bem eh o que acho....

Anónimo disse...

Ó Duarte Meira, que sabe você de Cristo, se casou ou não, quantas mulheres teve e quantas emprenhou, se a história bíblia é um faz de conta e ainda mais os evangelhos, feitos a partir do iluminado paulo, dsectário pa diabo, 75 a 150dp de Cristo ...
ai, esta maltosa é mesmo burra de crer, infantil paray, beata !

Unknown disse...

Anónimo das 10:36 não vou comentar nada acerca da sua resposta porque esta não acrescenta nada de novo aquilo que está a ser discutido...

E do que li o texto acima refere-se apenas à questão do celibato sacerdotal...

Anónimo disse...

Celibato sacerdotal, a maior anedota da história, que dizem que a Icar não é +ior c'as outras, desde que a religião adoece os povos todos. Mas esta é no concreto, também dizem, culpada da crise, da máfia, corrupção e desonestidade que nos atinge, por força da hipocrisia da crença no seu todo .

BLUESMILE disse...

"ora Cristo não casou;"

1 - não sabemos.
2 - isso seria altamente esquisito para os padrões masculinos da ´rpoca.

"e os primeiros cristãos ou não casavam, ou, se eram obrigados pelas famílias, faziam voto de castidade perpétua2

1- isso era meia dúzia de doidos fanáticos porque estavam á espera do fim dos tempos e portanto não valia a pena procriar
2 - isto foi considerado heresia
3 - os primeiros padres cristãos casavam e acasalavam sem qualquer restrição

BLUESMILE disse...

1.Jesus não disse nada a respeito do celibato clerical.
2.DURANTE largos seéculos os sacerdotes podiam-se
3.Atualmente, em alguns ramos da Igreja Católica, os padres têm esse direito, EXISTINDO ACTUALMENTE uns milhare e padres católicos casados.

4 - "obviamente, tal restriçãonão é de origem divina e poderíamos voltar a discuti-la..." - palavras de um cardeal católico

zazie disse...

à espera do fim dos tempos?

Os primeiros cristãos?
No deserto? os cenobitas?

João Mezzomo disse...

Era realmente esquisito nao casar, assim como multiplicar paes e peixes e ressuscitar ao terceiro dia...Muito estranho esse Jesus.....Devia ser maluco....
Esses dias perguntei a um padre se ele acreditava que Jesus ressuscitou, e ele me falou que a arqueoloia hoje demonstrou que muitas coisas do evagelho nao aconteceram...Fiquei a imaginar como pode a arqueologia "provar" que Jesus nao ressuscitou.... Escavando a Terra Santa nao descobriu nenhum ressuscitado, logo, isso nao era pratica corrente daqueldes dias, assim, ressuscitar...logo, nao ocorreu...OK.....

BLUESMILE disse...

João:

Jesus era amalucado, sim. era isso que pensava a mãe, os seus irmãos e toda a família. Até andaram a atrás dele galileia fora para ver se o traziam à razão ( Está nos evangelhos).
Era um doido maravilhoso, amalucado, fora da realidade como todos os profetas, todos os poetas, todos os que são deus na terra e tarnsfiguram a humanidade-
O "milagre" da multiplicação do pão é profundamente simbólico. Todos os fazemos, à nossa maneira, quando temos de dar de comer a muita gente e temos poucos recursos.
E não me refiro só ao pão, nem só de pão vive o homem.
Quanto À Ressurreição, Ratzinger escreveu um texto belíssimo sobre o tema.
Multiplicamos. Multiplicamo-nos.

Miguel disse...

BBLUESMILE,
Não vi que vc tinha respondido pois o blog não avisa...Bem, eu creio que Jesus ressuscitou Lázaro, que estava morto, bem morto, fedendo (está nos evangelhos)...Creio que multiplicou pães e peixes REALMEMENTE não figurativamente....Creio que morreu bem morrido e voltou ao terceiro dia....Se Bento XVIII tem outra interpretação, não sei, mas neste caso discordo...Mas pelo que se ele defende que tomemos os relatos dos evangelhos como eventos reais e reputa as coisas incompreensíveis aos “Mistérios de Deus”...... Pois bem, eu concordo, só que acho, como filósofo, que está no destino do ser humano entrar pra dentro de tais mistérios...Talvez não seja agora, mas um dia será....Concordo que isso parece loucura, que a loucura nos traz a essência de tudo, na arte, na religião, na filosofia e na metafísica...Enfim, esse entra pra dentro dos “mistérios de Deus” será uma espécie de “loucura coletiva”, um no estágio da evolução do ser humano, o verdadeiro “retorno de Cristo”, que não significa Jesus voltando por sobre as nuvens, mas sim o ser humano tomado as rédeas de seu destino evolutivo...Sobre isso leia em trecho de São Paulo (se não me engano Coríntios 13) que nos fala do amor, de nosso conhecimento limitado e de quando “vier o perfeito”.....Tenho até um livro de filosofia que trata disso, do sentido da própria loucura, como você falou, e de um certo fato da nação luso-brasileira ...Um resumo dele pode ser visto em . http://www.consciencia.org/quem-tem-ouvidos
Enfim, é isso, abraço....

Miguel disse...

Corrigindo, um certo FADO da nação luso-brasileira...Neste ponto em meu livro retomo o poema "Mensagem" de Fernando Pessoa, e o significado do "encoberto"....Seria uma instãncia real que nos foi obstaculizada, e que o ser humano terá de "descobrir", mas para isso deve estar preparado...Quando vemos as pessoas dividindo o mundo em certo e errado, em bem e mal, sabemos que ainda não estamos....

Miguel disse...

Corrigindo de novo, onde parece "Miguel disse" leia-se "João disse"...Miguel é meu filho...hehe...